Desde os idos de 1997 - quando joguei Resident Evil 1 pela primeira vez e me apaixonei pelo gênero Survival Horror -, que a cada novo game de terror anunciado já é o bastante para me animar e fazer o hype disparar. Afinal de contas, quem curte uma boa experiência sensorial em jogos, vai concordar que os games de terror são os que conseguem com maior êxito fazer o jogador “sentir” (no bom sentindo, ok?) e interagir, através de reações espontâneas de defesa do nosso corpo.
Quando você joga um bom game de terror que contenha uma atmosfera imersiva e crível, automaticamente o seu corpo já entra em estágio de alerta e tensão. Importante dizer que existem os jogos que dão sustos e outros que dão medo e, no meu caso, o segundo estilo me agrada mais.
Quando a Remedy anunciou Alan Wake na E³ de 2005, algo me dizia que o trono de Silent Hill estava seriamente ameaçado. Nem preciso dizer que a minha expectativa em torno do jogo foi monstruosa, e apesar da falta de experiência da produtora em jogos do gênero, aguardava ansioso por cada nova informação sobre o projeto.
O tempo foi passando e nada do jogo sair. O público era alimentado por algumas fotos para demonstrar à belíssima engine do jogo, porém, sem nenhuma informação sobre data de lançamento. Ao fim de 2009, depois de quatro anos desde o seu anúncio, Alan Wake virou motivo de chacota na internet, o que fez com que os nerds de plantão o apelidassem de “Alan Wait” (bem sacado, bem sacado). A esta altura do campeonato eu já achava que o jogo tinha virado vaporware...
Mas depois de meia década de espera, Alan Wake finalmente foi para as prateleiras para ser a apreciado pelos consumidores e também dar uma ajuda a pífia biblioteca de exclusivos do Xbox 360.
Para começar o review é importante que se diga que AW não é um jogo de survival horror, mas contém alguns elementos do mesmo. Na maioria do tempo o jogador será convidado a explorar as belas florestas de Bright Falls, e no restante, matar inimigos (muita coisa pra fazer, não?). Aliás, o jogo é extremamente voltado para a ação e exploração - isso se você tiver o interesse em descobrir todos os segredos do jogo -, o que de certa forma o torna um pouco enjoativo depois que você chega no 4ª episódio e não aguenta mais matar aqueles inimigos extremamente repetitivos e sem inspiração.
A história gira em torno do personagem Alan Wake, um escritor de sucesso que perdeu toda a sua inspiração criativa para escrever boas histórias. Alice, sua esposa, ao ver a situação do marido, o convida para passar um temporada na cidade de Bright Falls, lugar perfeito para aflorar novamente toda criatividade de Alan. A partir desse momento, o jogador assume o controle do personagem e a história começa a se desenrolar.
Não vou cometer spoilers sobre o enredo, até porque o game teve uma péssima vendagem e muita gente ainda não teve o prazer (ou seria desprazer?) de jogá-lo, por isso não quero estragar as surpresas. Mas é importante que se diga que apesar do primeiro capítulo deixar uma sensação pesada no ar e a sensação do “Agora vai”, com o passar dos episódios o jogo acaba virando uma história de detetive e ladrão de muito mau gosto. É impressionante como a Remedy ser perdeu no desenvolvimento do enredo, mesmo tendo um ótimo pano de fundo para explorar... Realmente uma pena ter personagens tão subutilizados.
O jogo não acaba quando termina o conteúdo do disco, e caso o consumidor queira saber o verdadeiro final da história, terá que comprar o pacote de DLC disponível na Xbox Live. Muito BOM, ein?
Com relação à parte técnica, Alan Wake se mostra bem competente. Apesar de texturas em baixa resolução, tearing em algumas partes e resolução sub HD (540p), no que diz respeito à iluminação e efeitos de partículas, o jogo brilha e encanta o expectador com efeitos de larga escala e visuais estonteantes. As partes noturnas são um show a parte: partículas pairando no ar, efeitos de água de cair o queixo, névoa, galhos de árvores que chacoalham conforme o vento, explosões de luz, física muito bem desenvolvida e outros pequenos detalhes que mostram todo o carinho da equipe de produção em passar uma experiência gratificante ao jogador. O mais impressionante é que o jogo foi programado por apenas seis programadores, o que é um feito impressionante por tudo que alcançaram. Destaque também para a equipe de arte que fez um trabalho de extremo bom gosto na composição artística dos cenários.
O aspecto sonoro também agrada. O destaque aqui vai para a excelente dublagem do personagem principal e de todos os outros NPCs do jogo, que receberam um cuidado especial na sincronia labial e na atuação dos atores. O jogo não possui música na maior parte do tempo, mas no fim de cada episódio você será presenteado com uma bela canção que encerra o capítulo. Achei essa idéia bem original e gostei de todas as canções do set list.
Enfim, no que diz respeito à parte técnica a Remedy está de parabéns. Muito provável que se o jogo não tivesse sofrido tantos atrasos e fosse lançado em 2008, seria um marco gráfico. Infelizmente os atrasos impediram que isso fosse possível, o que acabou impactando diretamente nas vendas de Alan Wake, já que o fator "gráficos", no mercado atual, tem cada vez mais importância da hora de vender um software.
O gameplay é muito pouco variado e enjoa com muita facilidade. Matar inimigos a cada 5 minutos já não é uma idéia tão legal desde o século passado...
Como já dito, os inimigos são muito repetitivos e não ajudam a manter o clima de tensão. Muitas vezes você vai preferir correr que enfrentar a gangue do mal que chega de todos os lugares da tela. As armas variam de pistolas a sinalizadores e o jogador recebe uma quantidade adequada de munição para que não seja surpreendido sem balas durante as batalhas. Os inimigos são formados pela escuridão, logo, a sua principal arma contra eles é a luz. Dica: Procure sempre estar próximo de um feixe de luz ou ter alguns sinalizadores no caso de encontrar uns quinze deles passeando na floresta.
Finalizando, Alan Wake tinha um ótimo potencial para entrar no seleto grupo de bons survival horror do mercado, mas a Remedy preferiu abandonar tudo que havia prometido (alguém se lembra da parte do open world?) e partiu para a região do conforto, lançando um jogo com muita ação mas pouco terror para tentar vender algumas cópias a mais. Pena que dessa vez o tiro saiu pela culatra... Alan Wake sofre de uma crise de identidade, pois ele passa a idéia ao jogador de que é um jogo de terror, mas não assusta em nenhum momento; ao invés disso ele oferece muitas cenas de ação e combates em florestas escuras com inimigos repetidos e sem inspiração.
Realmente uma pena, pois tinha muito potêncial.
Saudações
Gráfico: 4.0
Som: 3.5
Gameplay: 2.5
Diversão: 3.5
Nota Final: 3.0
Quando você joga um bom game de terror que contenha uma atmosfera imersiva e crível, automaticamente o seu corpo já entra em estágio de alerta e tensão. Importante dizer que existem os jogos que dão sustos e outros que dão medo e, no meu caso, o segundo estilo me agrada mais.
Quando encontrar um TV, assista o programa Night Springs para entender melhor o enredo. |
O tempo foi passando e nada do jogo sair. O público era alimentado por algumas fotos para demonstrar à belíssima engine do jogo, porém, sem nenhuma informação sobre data de lançamento. Ao fim de 2009, depois de quatro anos desde o seu anúncio, Alan Wake virou motivo de chacota na internet, o que fez com que os nerds de plantão o apelidassem de “Alan Wait” (bem sacado, bem sacado). A esta altura do campeonato eu já achava que o jogo tinha virado vaporware...
Mas depois de meia década de espera, Alan Wake finalmente foi para as prateleiras para ser a apreciado pelos consumidores e também dar uma ajuda a pífia biblioteca de exclusivos do Xbox 360.
O jogo te oferece cenários muito inspirados |
A história gira em torno do personagem Alan Wake, um escritor de sucesso que perdeu toda a sua inspiração criativa para escrever boas histórias. Alice, sua esposa, ao ver a situação do marido, o convida para passar um temporada na cidade de Bright Falls, lugar perfeito para aflorar novamente toda criatividade de Alan. A partir desse momento, o jogador assume o controle do personagem e a história começa a se desenrolar.
Não vou cometer spoilers sobre o enredo, até porque o game teve uma péssima vendagem e muita gente ainda não teve o prazer (ou seria desprazer?) de jogá-lo, por isso não quero estragar as surpresas. Mas é importante que se diga que apesar do primeiro capítulo deixar uma sensação pesada no ar e a sensação do “Agora vai”, com o passar dos episódios o jogo acaba virando uma história de detetive e ladrão de muito mau gosto. É impressionante como a Remedy ser perdeu no desenvolvimento do enredo, mesmo tendo um ótimo pano de fundo para explorar... Realmente uma pena ter personagens tão subutilizados.
Não olhe essa imagem pois contém spoiler :) |
Com relação à parte técnica, Alan Wake se mostra bem competente. Apesar de texturas em baixa resolução, tearing em algumas partes e resolução sub HD (540p), no que diz respeito à iluminação e efeitos de partículas, o jogo brilha e encanta o expectador com efeitos de larga escala e visuais estonteantes. As partes noturnas são um show a parte: partículas pairando no ar, efeitos de água de cair o queixo, névoa, galhos de árvores que chacoalham conforme o vento, explosões de luz, física muito bem desenvolvida e outros pequenos detalhes que mostram todo o carinho da equipe de produção em passar uma experiência gratificante ao jogador. O mais impressionante é que o jogo foi programado por apenas seis programadores, o que é um feito impressionante por tudo que alcançaram. Destaque também para a equipe de arte que fez um trabalho de extremo bom gosto na composição artística dos cenários.
Nada é pra sempre |
Enfim, no que diz respeito à parte técnica a Remedy está de parabéns. Muito provável que se o jogo não tivesse sofrido tantos atrasos e fosse lançado em 2008, seria um marco gráfico. Infelizmente os atrasos impediram que isso fosse possível, o que acabou impactando diretamente nas vendas de Alan Wake, já que o fator "gráficos", no mercado atual, tem cada vez mais importância da hora de vender um software.
O gameplay é muito pouco variado e enjoa com muita facilidade. Matar inimigos a cada 5 minutos já não é uma idéia tão legal desde o século passado...
Como já dito, os inimigos são muito repetitivos e não ajudam a manter o clima de tensão. Muitas vezes você vai preferir correr que enfrentar a gangue do mal que chega de todos os lugares da tela. As armas variam de pistolas a sinalizadores e o jogador recebe uma quantidade adequada de munição para que não seja surpreendido sem balas durante as batalhas. Os inimigos são formados pela escuridão, logo, a sua principal arma contra eles é a luz. Dica: Procure sempre estar próximo de um feixe de luz ou ter alguns sinalizadores no caso de encontrar uns quinze deles passeando na floresta.
O sinalizador é de fato rox a lot! |
Realmente uma pena, pois tinha muito potêncial.
Saudações
Gráfico: 4.0
Som: 3.5
Gameplay: 2.5
Diversão: 3.5
Nota Final: 3.0
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